- Professor e o processo de ensino.
A trajetória educacional que perdura até aqui trás muitos entraves no seu percurso, pois se entende que há um distanciamento entre a formação teórica da formação prática.
Nessa perspectiva, percebe-se a essa necessidade de o professor adquirir uma formação teórica, mas aliado a isso, as instituições, necessitam primar pela colaboração para o exercício da atividade docente, visto que exercer essa função não é seguir uma burocracia instituída e mecanizada, é se reconhecer como aprendiz permanente do processo que resulta de uma inconclusão do saber, pois as habilidades devem ser adquiridas e desenvolvidas no seu processo de vivência. Despertando no profissional essa construção viabilizará uma nova postura de identidade do professor, firmando que os saberes são flexíveis, e ainda necessitam ser reavaliados a cada realidade sentida.
Diante do contexto, a sociedade também tem um papel fundamental na formação da identidade do professor, concentram-se no âmbito dos anseios que a contemporaneidade visa, dirigindo a responsabilidade ao educador, que tenta contribuir para a formação de uma clientela que atenda aos anseios dessa conjuntura exigente. Embora em muitos casos a realização desse plano se torna um pouco distante da intenção pretendida.
No exposto é notória essa problemática que visa uma discussão no sentido de reafirmar o compromisso do educador com a sua formação, buscando analisar a sua prática, dentro de uma visão reflexiva e que possa garantir uma significação sobre a realidade do aluno.
Fazer uma reformulação da sua rotina é uma tarefa que deve ser contínua no processo de ensinar, enfatizando que cada professor busca construir sua história de acordo com o seu modo de situar-se no ambiente, os conceitos são formados a partir de concepções que vão se estabelecendo na sua vida nas mais constantes variações experimentadas pelo educador, onde isso oportuniza o professor na busca das suas inteligências múltiplas, resultando da mediação de uma visão progressiva do conhecimento.
Um aluno quando passa a fazer parte de uma formação acadêmica, trás consigo um conceito do que é ser professor, pela experiência obtida em sala de aula como educando, e isso lhe dá um suporte para estar levantando alguns estereótipos que fazem parte da vida de um educador, através do contato que teve na sua vida escolar.
São capazes de distinguir quais professores acrescentaram na sua vida e na sua formação e quais os que não contribuíram para o desenvolvimento como ser humano.
Nesse âmbito, as experiências nem sempre são as melhores, todavia deve-se enfatizar tudo o que acrescenta no sentido de primar pela qualidade educativa.
Uma vez que, essa experiência tem uma significação bastante contundente para cada educador. E consequentemente, implica na educação de uma postura de reflexão, se contrapor em determinadas situações.buscando analisar a sua prompromisso do educador com a sua formaçao,e ao professor, que tenta contribuir para a formaçao
O ambiente escolar é norteado por vários aspectos que sugerem uma reflexão sobre alguns comportamentos que influenciam algumas práticas , e que são encaradas muitas vezes como enraizadas, embora esses preceitos já mereceriam uma ênfase mais centrada, para justamente mudar muitos paradigmas que quase sempre causam um retrocesso educacional não só em termos de escola, mas em todo o contexto educacional.
É de extrema importância considerar algumas leves mudanças que ocorreram com o intuito de melhorar consideravelmente algumas rotinas obsoletas desvinculadas do sócio-cultural do educando, um exemplo disso é a busca do profissional por um curso superior, isto é, alguns profissionais que já atuam, mas que não tiveram a oportunidade de cursar uma graduação estão se disponibilizando para fazê-lo, almejando se adequar ao novo perfil de educador.
Para isso professores são necessários, sim. Todavia, novas exigências educacionais pedem as universidades um novo professor capaz de ajustar sua didática ás novas realidades da sociedade, do conhecimento, do aluno, dos meios de comunicação. O novo professor precisaria, no mínimo, de adquirir sólida cultura geral, capacidade de aprender a prender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informal e dos meios de informação, habilidade de articular as aulas com mídias e multimídias. (LIBÂNEO, 2000p. 28)
A partir daí, se nota o desejo por uma prática mais significativa e que manifesta no aluno, de alguma forma o desejo de alcançar o novo, e esse espírito sagaz sendo aguçado no educando é uma oportunidade para se atingir muitos objetivos traçados, se nota que as conquistas ainda se dão a passos morosos, mas já se pode sentir algumas modificações.
A forma de como se caracteriza o ensino, deve ser marcado pela flexibilização sendo que as adversidades devem ser compreendidas e ao mesmo tempo aproveitadas no espaço educacional, facilitando assim o processo.
Uma abordagem bastante discutida ainda é como consiste a postura do profissional do ensino diante a instigação do conhecimento, pois se deve dar uma importância para a maneira como é oferecido esse aprendizado.
A abertura para os desafios necessita ser vivenciados, incluindo assim uma construção do saber, e isso é uma necessidade rotineira da escola, pois o aluno tem a oportunidade de refletir sobre o conhecimento dando um parecer dentro de sua produção. Chama-se de reconstrução da aprendizagem, como afirma Demo ( 2001,p.21)” [ ...] para aprender de maneira reconstrutiva é mister saber pesquisar e elaborar com autonomia”.
Em se tratando de pesquisa, ainda é algo bastante tímido, pois o conceito de pesquisa ainda é entendido com um outro olhar, por conta da formação do educador que não atende a esses aspectos. Para considerar o verdadeiro sentido de pesquisa, é importante o profissional de o ensino sentir o desejo por conhecer tal idéia e também seja capaz de aguçar e orientar essa discussão no ambienta escolar.
Dentro desta perspectiva, não pode ser aceita como pesquisa o mero fichamento de livro, a simples coleta de material, a transcrição de textos e aulas, a reprodução da análises de outrem, a justaposição de citações e assim por diante. Entretanto, tomando as coisas a sério, implica reconhecer que é natural começar do começo, ou seja, de algo muito pouco reconstruído, praticamente copiado, desde que seja apenas o primeiro passo. Todo gênio um dia também copiou. Mas é reconhecido como gênio porque não copia mais. Assim, é difícil esperar de um aluno que, já na primeira fase, se expresse de modo original. ( DEMO,2001, p.22)
A educação nessa proposta de pesquisa instigaria muito a prática contínua tanto do professor como do aluno, pois seria um início de grandes descobertas. Com isso o contexto educacional reformularia alguns aspectos que certamente atrasam o desenvolvimento do conhecimento.
Se chegar a um modelo de educação que seja de fato emancipatório, é uma tarefa que exige muito esforço da coletividade, e os profissionais do ensino são fundamentais da efetivação dessa tão sonhada mudança, por isso é de fundamental importância que o educador busque analisar qual é realmente o seu papel e refletir sobre sua atuação enquanto educador, portanto essa análise deve ser uma ferramenta constante no seu trabalho, considerando as reais situações que norteiam o processo educativo reflexivo e assim procurar fomentar uma educação mais significativa, onde comenta Alarcão .(1996, p. 181) “ O pensamento reflexivo é uma capacidade. Como tal, não desabrocha-se espontaneamente, mas pode desenvolver-se. Para isso, tem que ser cultivado e requer condições favoráveis para o seu desabrochar”.
Repensar sua prática seria o início, embora a educação não se restrinja só nesse aspecto, mas é a mola mestra para se concretizar uma educação consistente e com ênfase na qualidade do ensino, para tanto a sede deve ser concebida por todos.
A colaboração no sentido de buscar subsídios, que viabilizem algumas melhorias no contexto escolar, seja humana e até mesmo físicas, são absolutamente viáveis, para garantir alguns direitos que são garantidos por lei, entretanto não houve ainda uma preocupação eficaz, em se fazer valer alguns desses direitos. No entanto, sente-se a necessidade de transformar tal realidade, enfatizando que todos têm a responsabilidade de zelar pela educação em sentido amplo.
Esse processo é aliado à identidade do profissional docente, pois tais mecanismos só irão ser despertados mediante a postura desse profissional, que por meio do conhecimento busca chegar a esse patamar.
Uma identidade profissional se constrói, pois, a partir da significação social da profissão; da revisão constante dos significados sociais da profissão; da revisão das tradições. Mas também da reafirmação de práticas consagradas culturalmente e que permanecem significativas. Prática que resistem a inovações porque prenhes de saberes válidos ás necessidades da realidade. Do confronto entre as teorias e as práticas, da análise sistemática das práticas á luz das teorias existentes, da construção de novas teorias. Constrói-se, também, pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor, confere á atividade docente no seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, de suas representações, de seus saberes, de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida o ser professor. Assim com a partir de sua rede de relações com outros professores, nas escolas, nos sindicatos e em outros agrupamentos. ( GARRIDO,2000 p. 19)
É importante o professor conceber esse modo de perceber o mundo, porque a partir desse enfoque se dará uma abertura precisa aos objetivos tão pensados e arquitetados, no que diz respeito a qualidade do ensino, no entanto deve-se enfatizar ainda os vários caminhos para essa concretização, sendo um alicerce para as mudanças substanciais no nosso quadro educativo.
A ênfase na prática do professor é um tema que vem sendo analisado com bastante convicção, pois essa mesma prática que tanto se fala, já foi caracterizada como educação bancária, isto é, uma educação que o indivíduo só precisaria concebê-la, sem externar o que realmente conseguiu compreender do processo. E isso seria medido através de exames classificatórios, onde esses educandos não estariam mostrando o que realmente conseguiram aprender, mas o que eles foram coagidos a colocar no papel. Caracterizando assim a tendência tradicional, que não oportunizava ao educando exercer a sua criticidade, sendo o centro das atenções o professor, que até punia o aluno de alguma forma se ele não conseguisse obter êxito no exame.
Mas isso vem sendo substituído por um novo modelo de concepção pedagógica, que fomenta a crítica, em função de quebrar paradigmas que não contribuíram para o crescimento do conhecimento. Por isso é necessário que se enfatize a questão da prática contínua do professor, a fim de que se aguce alguns subsídios que possam nortear essa prática de maneira construtiva e reconstrutiva.
A formação de professores na tendência reflexiva se configura como uma política de valorização do desenvolvimento pessoal-profissional dos professores e das instituições escolares, uma vez que se supõe condições de trabalho propiciadoras da formação como contínua dos professores, no local de trabalho, em redes de autoformação, e em parceria com outras instituições de formação. Isso porque trabalhar o conhecimento na dinâmica da sociedade multimídia, da globalização, da multiculturalidade, das transformações nos mercados produtivos, na formação dos alunos, crianças e jovens, também eles em constante processo de transformação cultural, de valores, de interesses e necessidades, requer permanente formação, entendida como ressignificar identitária do professor. ( GARRIDO,2000, p.31).
Mediante o exposto considera-se relevante abraçar todo o contexto do aluno, implementando propostas que utilize toda essa roupagem, onde afirma Freire, (1996, p.30): “ Por que não estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência como indivíduos?”
É importante utilizar os conhecimentos prévios dos educandos, dando uma significação para o seu conhecimento a partir da sua vivencia, ou seja, a realidade que o cerca, sendo estabelecida como um direcionamento do trabalho do educador, onde tal realidade serviria de elo de ligação entre os conteúdos estabelecidos e o processo de aprendizagem, para tanto é relevante ressaltar que não haja uma confusão entre aproveitar a realidade do aluno em detrimento dos conteúdos, deve haver uma articulação entre si destes, para que não ocorra um ensino alienado, onde o aluno finge que aprende e o professor finge que ensina.
Assim, compreende-se o processo, como algo que merece estar sendo repensado, reconstruído e auto refletido, sendo no professor, que se concentra a grande responsabilidade de instigar no aluno uma postura frente ao conhecimento, a partir suas atitudes frente as inovações, e suas concepções em relação a interação desse novo e até que ponto isso poderá influenciar positivamente na inserção desse indivíduo na sociedade, logo na atualidade se presencia o grande número de profissionais que buscam oportunidades, e muitas vezes não preenchem o anseio do mercado de trabalho, pensando nisso é que compete ao educador, aproximá-lo dessa realidade tão competitiva, fomentando sempre a conquista do seu espaço na sociedade, através do conhecimento.
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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
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